"Mulher inteligente incomoda". "No fundo eles preferem as burrinhas". "Moça que pensa dá medo". Esses e outros clichês machistas (que a gente tenta fingir que não existem mais) foram confirmados ontem com a saída de Natalia do "BBB". Pode parecer exagero. Mas se o programa é espelho da realidade aqui de fora, talvez seja a hora de começar a ficar preocupado.
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Natalia era uma das participantes mais fortes do programa. Desde o início, mostrava chance de ganhar. A analista criminal parecia ponderar as coisas com algum equilíbrio. E quando falava, era firme. Muito firme. Não caía nas brincadeiras dos "machos" da piscina, não agarrava ninguém nas festas. Ela chorava, sim, e muito. E choro e alguma melancolia parecem ser fatores que pesam contra nessa edição do programa.
Como as coisas não poderiam ser mais óbvias, e maniqueístas, até, Natalia perdeu para uma miss. Adriana, linda, loira, novinha e absolutamente sem sal. A garota entrou no programa depois (junto com Wesley, na tentativa desesperada de dar uma animada no programa). E o fato é: não deu tempo nem de gostar ou desgostar de Adriana.
Os votos, pelo jeito, são mais "contra Natalia" do que a favor de Adriana. Detalhe, mais uma vez, a trama perde pontos. Diana, a produtora lésbica do programa, e melhor amiga de Natalia, vez ou outra tentava um carinho mais forte e não escondia que era "meio afins" dela. Podia rolar, quem sabe. O público não quis ver. Preferiu um romance hétero e óbvio entre Adriana e Rodrigão, um cara bonitão e que, como ela, não fala.
As escolhas do público nessa edição não poderiam ser mais caretas. A trans Ariadna (a única novidade nessa edição do programa) foi chutada na primeira eliminação. E os machos fortões e cheios de marra continuam firmes e fortes. Caretice. Tudo é caretice.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/876509-nina-lemos-saida-de-natalia-confirma-caretice-do-bbb.shtml
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