domingo, 20 de março de 2011

Maria e Daniel são antídoto contra caretice

"Na final vão estar eu, você e um copo de vodca." A frase de Daniel no "BBB" foi dita em tom de brincadeira para sua melhor amiga: Maria. E tem tudo para virar verdade (coisa que, pelo jeito, nem eles sabem). Os dois são os participantes mais populares do programa. E estão longe de se enquadrar nos padrões "caretas" de gente sarada e "alegre" que lotava o reality em seus primeiros dias.
A tradicional família brasileira, pelo jeito, não é mais tão conservadora assim. Prova: o público caiu de amores pela dupla que causa durante as madrugadas e vive intensamente, de maneira nada usual ou dentro do script. E colocou para fora os machos arrogantes que imaginavam um paredão só de gente forte e "linda" como eles.
O conteúdo ganhou da bunda. Mas, mais que isso. Todos nós superamos preconceitos. Dava para imaginar que o publico iria cair de amores por Daniel, um pernambucano gay que adora uma cachaça e dá vexame bêbado? E que Maria uma mulher a beira de um ataque de nervos, "vulgar", que ficou com dois homens no programa e correu sem calcinha para atacar um deles iria driblar o moralismo e conquistar nossa simpatia?
Não. Mas faz sentido. Os dois são humanos. E muito. E não escondem isso de ninguém. Impossível não se identificar com eles. Sim, todos nós choramos, damos barraco e nos sentimos meio um lixo. Assim como Daniel. E assim como Maria.
Autoestima alta. Está aí. Uma coisa que nenhum dos dois têm. Daniel entra em desespero cada vez que vai para o paredão, tendo certeza de que "chegou a sua vez". Ele tem medo, ele sofre, ele se acha descartável. A gente também se sente assim. E Maria, bem, ela conseguiu a proeza de se apaixonar de verdade em um "BBB" e tomar um pé na bunda. E de sofrer por amor e se humilhar cercada de câmeras 24 horas. Nada mais humano.
Todos somos meio Maria e meio Daniel. Por isso, somos capazes de superar nossos próprios moralismos. Maria, quando entrou no programa, tinha fama de burra (e ela não é mesmo uma intelectual, longe disso). E boatos diziam que ela era garota de programa fora da casa. Quem se importa? Hoje, ninguém. Sua simpatia nos conquistou. Pronto.
E Daniel, longe de ser gato e sarado, virou o melhor amigo gay dos telespectadores do programa.. Afinal, ele é engraçado (mas completamente longe do estereotipo do gay caricato). E fiel. E bom amigo. Depois de beber, se acaba de chorar de saudades de ex namorados e da mãe. Talvez algumas pessoas tenham diminuído seu preconceito ao vê-lo no programa. Assim como conseguimos deixar de julgar uma moça "vulgar' porque nos apegamos à loucura (muito humana) de Maria.
A dupla "lesada", que nem sabe jogar direito, que chora, cai de bêbado virou um antídoto contra nossos preconceitos. Quem diria? http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/890655-nina-lemos-maria-e-daniel-sao-antidoto-contra-caretice.shtml

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