sábado, 12 de março de 2011

Nina Lemos: Correção política de vitrine não engana ninguém

Nobreza, respeito, agir com o coração. Esses clichês são banalizados no "BBB11" como se esse fosse o programa da correção política. Um desavisado que ouvisse um integrante falando poderia achar que tratava-se de um debate sobre como ser um bom cidadão, e não de um reality show.
Diana, Wesley e Mauricio estão no paredão
Mas vale relembrar os fatos. Essa é a edição em que um cara (Diogo) chamou mulher de puta. E a mesma onde o seu melhor amigo (Mau-Mau) saiu da casa mandando todo mundo reciclar lixo.
A correção política a e a incorreção total (aquela que na verdade é falta de respeito) andam juntas no "BBB" do "bullying", da misógina, das piadinhas de mau gosto.
A tal turma dos homens (formada por Mau-Mau, Rodrigão e Diogo) fez até uma musiquinha onde gritavam que iriam vencer com nobreza. Engraçado essa palavra estar tão em voga no programa. Ela é usada por sujeitos que decidem, do alto da pretensão que lhes cabe, formar um paredão só de homens para a final. E que jogam formando um bloco, tudo combinado.
Ok. O "BBB" é um jogo e cada um joga como quer. Mas não venham falar que combinar estratégia e voto de turma é agir com o coração. A não ser que eles tenham o mesmo coração e pensem totalmente igual, o que é impossível em se tratando de qualquer grupo, como se sabe.
Mau-Mau, garoto da zona sul carioca, deve ter decorado bem o vocabulário politicamente correto antes de entrar na casa. Ou vai ver ele é assim mesmo na vida: Muitas palavras. Nenhuma atitude.
Alguma vez ele discutiu com seu "irmão" Diogo quando ele ofendia as garotas? Não. Alguma vez ele tomou partido de alguém que não fosse um dos seus manos na hora do aperto?
Ter respeito, no caso, parece é ter respeito por si mesmo. Ou ter um ego gigante. Ao serem indicados para o paredão, os integrantes costumam chorar, ficar nervosos. Com ele, não. "Estou tranquilo." "Claro, nada de ruim pode me acontecer. Sou o rei do pedaço. Ta tudo dominado, rapaize."
Vamos ver se o tom de bom moço combinado com a arrogância típica do macho adulto e branco sempre no comando vai fazer o garoto ganhar o jogo.
Aqui, do lado de fora, já se sabe que discurso de "bonzinho" não costuma a levar a lugar algum. É hora de agir, garoto! http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/887810-nina-lemos-correcao-politica-de-vitrine-nao-engana-ninguem.shtml

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