quinta-feira, 3 de março de 2011

Sobre uma dama e um vagabundo

Há pouco mais de três semanas, Mauricio retornou ao Big Brother Brasil. Como era de se esperar, sua volta causou grande alvoroço entre os participantes e entre o que conflitava na cabeça do nobilíssimo rapaz que recebera uma segunda chance no reality. Há quem diga que o retorno de Mauricio nada mais foi do que um divisor de águas para o programa, que começava a ficar pra lá de pacato. Não deixo de concordar.

Mauricio foi bombardeado de informações antes do veredicto final de Pedro Bial. Processá-las parecia ser uma tarefa árdua, mas ponderá-las seria mais ainda. O problema é que ele digeriu mal algumas coisas, ficou realmente engasgado.  Mauricio tinha tudo em suas mãos. Tinha tudo para convencer o público com seu antigo discurso demagogo, mas se atrapalhou...

Enquanto ele esteve fora, Maria optou por seguir em frente e expandir horizontes. Atravessou as barreiras do preconceito e, incentivada por Bial, engajou-se naquilo que, sem dúvida alguma, tornaria-se num romance – não fosse pelo fato de seu amado “MauMau” renascer das cinzas. Surgiu, então, Wesley. O bonitão carinhoso dos olhos azuis começou a dar corda para as peraltices de uma Maria completamente confusa. Afinal, ceder ou não ceder aos encantos do loirão?

Pobre Maria, nem tempo de pensar teve e já adentrava pelas portas da frente ninguém mais, ninguém menos... Que o Bisso! É. Assim que entrou, ele perguntou onde estava o chinelo. Achei que alguém ia responder: “Olha pro pé do loirão!” Mas não, não mesmo. Mal voltou e o Gago já se “garrava” em seu amor perdido, isolando-o de qualquer outro tipo de contato social com as outras pessoas presentes na casa. Surpresos!? Nem eu.
Maria deu um chega pra lá em Wesley e, de pronto, jogou-se aos pés de seu Messias. Não posso dizer ao certo se era saudade ou carência demais. Dentre essas hipóteses, prefiro a do receio. Sim, a do receio de estar sendo mal julgada, de ter-se deixado levar pela vida dentro do confinamento. Coloquem-se no lugar de Maria: o que fariam ou pensariam caso um antigo affair retornasse à casa pelo voto popular, ainda mais quando se está envolvido com outra pessoa? Não sei , mas eu temeria. O julgamento do público é cruel, disso todos sabem.

Então lá foi à luta uma Maria decidida. Motivada a voltar às boas com seu bofe viril, Maria foi execrada, mal-tratada e excepcionalmente humilhada. Na verdade, Maria deixou-se humilhar em rede nacional. Ela rastejou aos pés de um amo que, bem lá no fundo, já não parecia mais o mesmo – ou não queria sê-lo. Honestamente, pensei que isso duraria pouco tempo – o suficiente para arrancar boas gargalhadas do telespectador. Acontece que tudo em excesso faz mal e esse caso não é exceção. O amor pode ser cego, mas burro... Isso é novidade para mim.

Sinto-me cansado em ver que Maria, uma participante que realmente adoro, continua insistindo nessa história - sem ter um pingo de amor próprio. Sinto-me cansado em ver que Mauricio, assim como tantos outros rapazes, não tem a capacidade de aceitar o passado de um ser humano que, como ele, comete seus erros, mas também é capaz de amar. Sinto-me cansado em ver que existem homens ovacionando as atitudes dos machos frágeis dessa edição chegando ao ponto de defendê-los em seus comentários mais astronomicamente absurdos.

Perdoar é fácil? Não sei. Entretanto, estou convicto de uma coisa: o julgamento final destas vidas dentro do programa cabe somente a nós, e não a um juiz qualquer. Maria peca, todavia, prefiro alguém que erre e admita seus erros àquele que erra e tenta mascará-los diante de uma verdade que lhe pareça ser absoluta. http://odogmatico.blogspot.com/2011/03/sobre-uma-dama-e-um-vagabundo.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário