segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tony Goes: Natalia, a fêmea-alfa do "BBB11"

É possível que uma mulher vença o "Big Brother Brasil"? A experiência passada diz que isto é bastante improvável. Das 10 edições anteriores do programa, só duas foram ganhas por "sisters": a de 2004, por Cida dos Santos, e a de 2006, por Mara Vianna.
Sintomaticamente, ambas entraram na casa através de sorteios. Não se encaixavam no figurino habitual da gostosona. Conquistaram o Brasil com suas histórias de vida e faturaram o prêmio máximo. A vitória desses selecionados de última hora, sempre humildes e batalhadores, ficou tão previsível que Boninho acabou com a prática. "BBB não é para se fazer justiça social", disse ele com razão.
E assim o programa voltou a ser dominado pelos homens, sempre brancos, heterossexuais e oriundos da classe média (a exceção que confirma a regra é Jean Wyllys, também ele escolhido por sorteio para participar do jogo). Uma psicóloga explicou: o jovem branco de classe média é o protagonista por excelência que o brasileiro tem na cabeça.
Além do mais, parece que a grande maioria dos que votam nos paredões são mulheres --e mulher não vota em mulher, reza o antigo clichê. Muito menos no perfil costumeiro das "sisters": saradas, desinibidas, cheias de amor para dar.
Mas este ano há uma participante que desafia o senso comum. Trata-se de Natália, a policial que fez carreira nos Estados Unidos. A moça é disciplinada, centrada e não está para brincadeiras. Também é fortíssima, tanto no corpo quanto na personalidade. Não é por menos que se tornou a líder ao vencer uma difícilima prova de resistência.
E foi esta liderança que deu a ela o poder de indicar os dois condenados ao paredão. O primeiro era esperado: Maurício, com quem não se dá muito bem. O segundo foi graças ao empate resultante dos votos no confessionário. Michelly e Diogo tiveram quatro votos cada um. Aí também o desenlace foi o aguardado: sobrou para Diogo, já que Michelly é uma espécie de protegida de Natália.
Nenhum dos "emparedados" esperava correr risco tão cedo e ambos desabaram em lágrimas e afagos ao ouvir a "sentença". Eram dois sérios candidatos a "macho-alfa" da casa: o cara que domina a narrativa, faz o público torcer por ele e tem enormes chances de vitória. Foi assim com Diego "Alemão" e também com Marcelo Dourado.
Agora o único que parece ter potencial para este papel é Cristiano. Mau-Mau e Diogo têm fragilidades evidentes e um deles vai rodar amanhã. O último lidera as pesquisas neste momento; será que o público quer castigá-lo por seu desempenho pífio como sabotador?
Mas Cris terá uma adversária de peso pela frente. Natália joga com a cabeça, não com o coração --fruto de seu treinamento como militar. É uma "fêmea-alfa", uma concorrente temível. Resta saber se ela terá a simpatia necessária para cativar a audiência. Até hoje, ninguém venceu o "BBB" sem se tornar querido pelo telespectador, e é justamente neste quesito que a durona pode derrapar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário