quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Transexual no "Big Brother"? Conheça gírias do universo transex

A 11ª edição do "Big Brother Brasil" começa na Rede Globo na próxima terça-feira (11). Entre os 17 participantes, os tabloides já elegeram a "bola da vez". É a transexual Ariadna Thalia, que não sai da capa dos jornais popularescos como alvo de chacotas.
Com o início do reality show, é possível que a participante solte alguma gíria típica do universo "transex", nem sempre compreensível pela maioria das pessoas.


O GUIA GLS SÃO PAULO tem um capítulo dedicado exclusivamente às expressões dessa tribo.
Em São Paulo, termos típicos do pajubá (vocabulário que inspira a fala do gueto, inicialmente adotada por travestis e drags) se popularizaram graças à mídia especializada na cultura gay.
Confira alguns termos citados no GUIA GLS SÃO PAULO.
Abafar: se destacar em um lugar ("Ela estava abafando na festa") ou evitar detalhar assunto incômodo ("Abafa o caso. Ela bebeu muito naquela noite")
Abalar: causar impacto, ter sucesso. Há variações com lugares para dar ênfase ("O show da drag abalou Paris em chamas"). Também: arrasar, causar
Acho digno: bom, bonito, agradável. Tem o sentido de "gosto bastante, indico"
Amapô: mulher heterossexual, rá ou racha (pejorativo). Em boate de rapazes, drag costuma brincar: "O que você está fazendo aqui, amapô do inferno?"
Atender: ter um encontro sexual ("Vou atender hoje"). Usa no substantivo ("Marquei um atendimento"). Outra expressão: fazer o bofe (homem viril)
Aqüé: dinheiro, dindin ("Tô sem aqüé pra boate", "Vou pra Itália fazer um aqüé"). Uso mais freqüente por quem domina o pajubá (vocabulário gay)
Babadex: ousado, moderno, escandaloso ("Aquele modelito era babadex"). Também se fala "bacanudo", um bacana bem contemporâneo
Babado: fofoca, problema ("Tenho um babado forte pra contar", "Qual é o babado?"). Adjetivos: babadeiro (algo a se repercutir)
Bee: tratamento carinhoso entre amigos gays. Também se escreve bi, biu ou bil. Forma reduzida de bicha. Outros termos: biba, mona.
Bichês: referência pejorativa ao uso de termos do pajubá na fala. Outro termo: boiolês
Bolacha: lésbica, sem tom pejorativo. Termo menos amigáveis: dyke (daique, pronúncia em inglês), sapa, sapata, fufa e fanchona (ofensivo)
Basfond: briga, polêmica, festa com exageros. Pronuncia-se "bafon". Também grafado como bafo ou bafão. "Só dá basfond naquela bar"
Bombar: superar expectativas, lotar um lugar ("A festa bombou"). Bombado, sarado: quem toma anabolizantes. Barbie: gay musculoso.
Bunita (escrito mesmo com "u"): gay convencido, vaidoso, folgado, inconveniente. "Tá boa, bunita?", pergunta-se em tom de brincadeira para provocar alguém, chamar atenção ou contar uma vantagem
Caçar: sair à procura de parceiros sexuais em praças, parques, banheiros, clubes e outras áreas de grande circulação. Substantivo: "caçação"
Coió: ataque (físico ou verbal) sofrido por gays. "A bicha deu pinta na rua e levou um coió dos bofes da obra".
Colocada: pessoa embriagada ou sob efeito de drogas ("A bil estava tão colocada que saiu quebrando tudo no bar"). Também: Louca.
Dar close: se exibir em um lugar ("Foi dar close na boate") ou ficar pouco tempo no local, o suficiente para ser visto (a). Dar pinta: exagerar nos trejeitos
Edí: ânus. Outras gírias: desaqüendar a nena (ir ao banheiro), passar cheque (sujar a camisinha), fazer a chuca (limpar-se no chuveirinho, antes do sexo anal). Frase comum: "Tô lôca do meu edí. Quero uma neca" (forte desejo sexual ou agitação, ansiedade).
Elza: furto ("O bofe deu uma elza no meu aqué"). Outro termo: alibã (policial ou segurança).
Ferver: agitar, lotar ("A noite estava fervida"), sair para dançar e paquerar bastante ("Vamos ferver na boate"). Substantivo: fervo. Sentido oposto: flopar
Flex: Bissexual ou hétero simpatizante. Também tem o sentido de que assume tanto a posição ativa como passiva na hora do sexo.
Fofo: amigável, receptivo, educado com os gays ("Os policiais foram uns fofos com a gente")
Se jogar: aproveitar ao máximo uma situação, assumir riscos, sair para se divertir ("Se joga, pintosa").
Pintosa: muito efeminado. É pejorativo como as expressões "mancha", "bichinha poc-poc" (muito jovem), "pão com ovo" (origem simples), quá-quá (voz fina) e abusada (atrevida)
PAM: gay que nunca assumiu a posição ativa no sexo. Sigla de "passiva até a morte"
Neca: pênis. Variações: neca mati (pequeno), odara (grande), frapê (quase mole). Catar (apalpar), trucar a neca (disfarçar na roupa). Pau. Mala
Mariposo: companheiro em um casamento gay. Conjunção das palavras marido e esposo
Rebuceteio: frequente troca-troca de namoradas entre lésbicas
Sair do armário: se assumir gay publicamente
Tapa na pantera: fumar maconha ("Vi gente na pista dando um tapa na pantera")
Trava: travesti ("Era uma trava tão bonita"). Termos mais neutros: transgêneros e transexuais (que fez mudança de sexo). Reduções: trans, transex (show de transex)
Tia: gay maduro, de idade avançada,
Uó: algo ruim, desagradável, decepcionante, nocivo ("A festa foi uó. Só tinha carão"). Outra expressão: podre ("O som estava podre")
Urso: gay corpulento ou gordinho, que também pode ser pêludo ou barbado. Termo em inglês: bear, chubby. Admiradores da tribo: chasers
Xoxar: criticar, condenar ("As bees xoxaram o lugar"), ridicularizar, rebaixar, desanimar ("Nunca vi uma sexta-feira tão xoxada"). Também: gongar e tombar.
Wannabe: imitador do estilo de alguém, no sentido pejorativo ("A festa só tinha wannabe Herchcovitch")
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/856491-estante-gls-transexual-no-big-brother-conheca-girias-do-universo-transex.shtml

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